Como te cuidas nos momentos de stress?
Quando as coisas correm mal, quando a pressão aumenta e quando as expectativas (tuas ou de outras pessoas) parecem impossíveis de cumprir—como reages?
Por vezes, ignoramos o cansaço, suplantamos o desconforto e exigimos ainda mais de nós próprios. Porém, não paramos nem suavizamos. Além disso, não nos concedemos a mesma gentileza que, habitualmente, oferecemos aos outros. Consequentemente, o custo real surge quando o nosso bem-estar é desvalorizado.
O problema é quando o piloto automático se torna a norma
Sabemos que, perante desafios e momentos mais exigentes, acabamos por abandonar aquilo que não consideramos essencial. Por outro lado, quando temos de resolver problemas imediatos, deixamos para trás os cuidados com a mente, o corpo e os momentos de descanso.
Contudo, estas “exceções” tornam-se frequentemente o hábito. Antes que nos apercebamos, passou mais um ano… depois dois… e depois três. Entretanto, as crianças crescem, os pais envelhecem, e aquela viagem é adiada tantas vezes que perde o sentido. Desta forma, o tempo que pensámos guardar para “mais tarde” desaparece. E o que fica?
Stress acumulado, tensão constante, um corpo que reclama atenção: pressão arterial alta, arritmias e joelhos a falhar. Pergunto-te: tudo isto vale a pena? Afinal, enchemos os dias de tarefas, urgências e compromissos. Mas e as coisas realmente essenciais—conseguem elas esperar?
O impacto no trabalho e na vida pessoal
Vivemos numa sociedade em que a produtividade e a rapidez são constantemente valorizadas. No entanto, a que custo? O que acontece quando focamos toda a nossa energia em emails e reuniões, esquecendo-nos de cuidar da saúde mental e emocional?
- Burnout: A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o burnout como um fenómeno ocupacional que afeta tanto a produtividade como a saúde mental.
- Desconexão emocional: Um estudo da Harvard Business Review concluiu que líderes com inteligência emocional retêm melhor o talento e têm equipas mais eficazes.
- Criatividade reduzida: Falta de pausas e de espaço mental diminui a criatividade e a capacidade de resolver problemas.
Cultivando a humanidade no trabalho e na educação
Se queremos um futuro mais humano e equilibrado, precisamos de começar agora.
- No local de trabalho: Empresas que promovem a higiene mental e pausas conscientes contam com equipas mais produtivas e criativas. Formar competências emocionais é tão relevante quanto desenvolver competências técnicas. Já experimentaste? Dá uma vista de olhos aqui!
- Nas escolas: As crianças aprendem matemática e história, mas e a gestão emocional? O CSI (Clube da Serenidade e Inteligência) exemplifica como mindfulness e inteligência emocional podem ser integradas no desenvolvimento infantil.
A escolha de pausar
O futuro será cada vez mais humano. Contudo, para que isso aconteça, precisamos de começar já. No trabalho, em casa e nas escolas, é fundamental criar momentos de paragem, respirar fundo e simplesmente ser.
Hoje convido-te a refletir: estás a cuidar de ti como cuidas dos outros? Talvez seja hora de fazeres uma pausa e descobrires o poder transformador de um simples instante de presença.